As 7 Cartas do Apocalipse – Esmirna

Carta para Igreja de Esmirna

 

Significado do nome: “Mirra”

Período: 100 a 313

Mensagem Profética: Restauração Através da Perseguição

Elogio e Advertência: “Tu És Rico” e “Sê Fiel Até a Morte”

Perseguição e Sofrimento

“A igreja havia se enfraquecido (Éfeso=Relaxamento) e naquele momento Satanás tentou devorá-la” – p. 113. Muitos santos do Senhor foram mártires nessa ocasião, causada pela implacável perseguição de Roma. Um exemplo foi Policarpo, um bisbo da igreja em Esmirna, que ao ser convidado a negar Jesus respondeu: “Não posso negá-Lo. Eu O tenho servido por oitenta e seis anos e em todos esses anos Ele nunca me tratou mal; como poderia eu negá-Lo por amor ao meu corpo?”. Após isto ele fora conduzido a fogueira.

Igreja Brasileira

Aqui precisamos nos atentar a um fato. A igreja em Éfeso aparentava saúde, porém perdera seu primeiro amor. Com este enfraquecimento espiritual (que não era visível), o Senhor permite que a igreja passe por perseguições para gerar um retorno ao caminho de retidão não só exterior, mas principalmente interior. Olhando ao nosso redor nas igrejas brasileiras, vemos muitas vezes um exterior saudável, porém , infelizmente, vemos vidas que não vivem na plenitude e dependência no Senhor. Resta uma pergunta: e se esta perseguição viesse sobre nós? Creio que a igreja despertaria de um sonho “lindo”, mas que não passa de um sonho. Deus permita que este não seja um mal necessário para nossa nação.

“que foi morto e reviveu” (Ap 2:8)

Quando o Senhor começa a carta se apresentando como “o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu”, percebemos o cuidado do Senhor para os que são seus. O Senhor deixa claro para os crentes de Esmirna que Ele também fora perseguido e que reviveu, mostrando para aqueles cristãos onde eles deviam ter sua esperança. Se trata de um “conforto” para os crentes em Esmirna, como Délcio Meireles diz em seu livro.

Judeus (Ap 2:9)

Pember, diz que os crentes de Esmirna muito provavelmente foram alvo de perguntas e afirmações de Satanás. “Há possibilidade de vocês estarem certos? O próprio povo escolhido faz oposição a vocês” seria uma delas. Isto porque muitos judeus estavam associados aqueles que perseguiam a igreja. Estes judeus tentam neste momento, com o pretexto de autoridade do Antigo Testamento, introduzir o clericalismo babilônico (nicolaítas?), valorizando o exterior. Em seguida, afirmam que apenas sacerdotes iniciados poderiam dar continuidade da maneira correta. Doutrinas como Santa Ceita e Batismo são convenientemente modificadas neste período.

O Sangue do Cristãos (Ap 2:10)

Ao longo destes duzentos anos de perseguições, muito sangue foi derramado e muitas vidas perdidas. A estratégia de Satanás a priori ia muito bem. Porém, a aparente pobreza, sempre foi riqueza, como o Senhor ressalta na carta no versículo 9. Uma frase citada no livro sobre este tempo diz: “O sangue dos cristãos era a sementeira do Evangelho”. Quanto mais crentes entregavam suas vidas, mais perdidos eram salvos. Se Satanás continuasse com as matanças, Roma inteira seria ganha para Cristo!

Conclusão

Nesta carta fica nítido o poder que há no Evangelho. Se Cristo não tivesse morrido não haveria vida em nós. Graças a Deus pelo sangue do nosso amado. Nós ocidentais devemos aprender a encarar a morte de outra maneira. Da mesma maneira que a morte de Cristo produziu vida, devemos seguir o exemplo, morrendo a cada dia para gerar vida, que muitas vezes são pessoas ganhas para o Senhor. Precisamos matar nossas vontades, se submetendo ao Senhor, se voltando as coisas que pertencem ao Seu reino! Não devemos temer a morte. Creio que se um crente tem medo da morte, algo está errado. Nossa esperança não é a de uma vida eterna? Se cremos de fato, não tememos.

Esmirna viveu um tempo difícil, porém o Senhor foi fiel e assim Ele é até hoje. Olhemos para nossos irmãos destes dias difíceis e nos espelhemos neles, para que tenhamos nossa confiança em nosso Senhor que é o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu!

Deus nos abençoe,

André Aneas

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As 7 Cartas do Apocalipse – Éfeso

Carta para Igreja de Éfeso

 

Significado do nome: “Relaxamento”

Período: Final do primeiro século

Mensagem Profética: Condição espiritual da Igreja no final do primeiro século

Repreensão: Perda do Primeiro Amor

 

Sete Estrelas e Sete Castiçais (Ap 2:1)

“Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro” – Ap 2:1.

Um ponto bastantes discutido, se refere ao significados dos sete castiçais e das sete estrelas. No capítulo 1 versículo 20, o Senhor revela o mistério:

O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.

A interpretação mais comum diz que os Anjos são os líderes das igrejas locais. Porém, como ir além daquilo que o Senhor mesmo explicou? Se o Senhor explicou o mistério dizendo que os candeeiros são igrejas e as estrelas são anjos, faço as palavras do autor do livro as minhas: “Não podemos dar outro significado ao termo ‘igreja’. E quanto o termo ‘anjo’? O Senhor disse que as Sete Estrelas são os Anjos das Sete Igrejas. Diante disso, não temos permissão para dar outra explicação para eles”.

 

“Conheço…” (Ap 2:2a)

No começo da carta, o Senhor diz “Conheço as tuas obras…”. O que se aprende deste versículo é a profundidade do saber de Deus. Ele não vê apenas o exterior. O Senhor conhece as intenções, a motivação e o alvo final. Mesmo a igreja de Éfeso possuindo coisas positivas, não passou no teste do Senhor. Hoje podemos ter uma igreja cheia de eventos, e de pessoas, porém, o Senhor vai além disso e sabe avaliar a saúde do Corpo Dele. Délcio diz: “Tudo pode estar no lugar certo, mas sem vida. Um cemitério está sempre limpo e repleto de flores, porém é lugar para mortos. Um hospital deve ser um exemplo de higiene, mas é um lugar para doentes.” – p. 93.

 

Má Conduta Repreendida (Ap 2:2a)

Em meio aos elogios iniciais, o Senhor coloca “Sei que você não pode tolerar homens maus”, esse versículo está ressaltando uma característica que tem sido esquecida na igreja “contemporânea”: a intolerância àquilo que Deus abomina e que afeta o Corpo de Cristo (escandalizando os de dentro e os de fora). “Os irmãos que não andavam de maneira digna do Evangelho eram disciplinados e qualquer  manifestação carnal era levada a sério” – p. 96. Igreja é igreja. E os que são de dentro, devem buscar esta qualidade colocada pelo Senhor. Este cuidado é de suma importância no que diz respeito a saúde do corpo. O que seria da igreja se toda ela partisse do pressuposto de que existe para os de fora? Não seria estranho este elogio da parte do Senhor? Se fosse para os de fora, a não tolerância a homens maus deveria ser motivo de repreensão do Senhor e não um elogio.

 

Apóstolos (Ap 2:2b)

Para minha surpresa, o autor do livro tocou em um ponto contundente nos dias de hoje. Tirando de lado toda banalização que infelizmente existe e analisando o que a palavra de Deus diz, fica claro que existem apóstolos além dos doze. Citarei apenas um argumento, pois abordarei este assunto em outro post. O apóstolo João escreveu o livro das Revelações por volta de 95 d.C. e nesta ocasião só restava ele dos doze. Desta maneira, qual seria a necessidade em se identificar os falsos apóstolos, se neste momento só existia um (João)? Se existissem somente doze, a igreja de Éfeso colocava falsos apóstolos a prova a toa. Afinal, seria óbvio que não haveria mais nenhum.

Para mais detalhes sobre este assunto o autor Délcio Meireles sugere a leitura do livro “A Vida Normal da Igreja Cristã”, do W. Nee.

 

Abandono ao Primeiro Amor (Ap 2:4)

Quando Paulo escreve sua epístola aos Efésios, fica evidente a fé, santidade e conhecimento que possuíam do Senhor Jesus. Porém, nesta carta do livro das Revelações, escrita cerca de 30 anos mais tarde, já se pode notar uma decadência. “O primeiro século estava terminando e uma nova geração de cristãos surgia, a qual mostrava certa dose de devoção a Cristo, talvez mais por tradição do que por experiência pessoal” – p.88.

 

Nicolaítas (Ap 2:6)

“Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio” – Ap 2.6. O termo Nicolaítas é formado de duas palavras gregas: nikau (dominar) e laos (povo). Este nome é simbólico e não há nenhum registro de nenhuma seita com este nome. Mesmo assim, o peso destes “nicolaítas” é bem maior do que se possa imaginar. “Nicolaítas refere-se a um grupo de pessoas comuns que se auto avaliam muito acima dos crentes comuns” – W. Nee, Ortodoxia da Igreja, pg 19. No decorrer do estudo das cartas veremos o impacto deste grupo ao longo dos anos da história da igreja.

 

Vencedores (Ap 2:7)

“quem tem ouvido ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor…”. Note que nas 3 primeiras cartas a chamada para ouvir o Espírito vem primeiro e em seguida vem a promessa aos vencedores. Nas últimas 4 cartas a ordem é invertida. “Visto que as igrejas representam sete períodos distintos da sua história, temos uma indicação de que até o ano 600 d.C. havia uma possibilidade de toda a igreja ouvir a chamada do Espírito, mas depois disso não.” – p. 108.

Fato é que se há vencedores existem também os não vencedores. G. H. Lang disse: “Se todos os cristãos são vencedores, como será possível no fim desta era que ‘o amor de muitos (da maioria) esfriará’ (Mt 24.12)?”.

 

Conclusão

“O termo primeiro em grego é proten e não se refere apenas a primazia na questão de tempo, mas principalmente de natureza. A palavra ‘melhor’ usada no vestido do Filho Pródigo em Lucas 15 também é proten. Não era o ‘primeiro’ vestido, mas o ‘melhor’ vestido. O mesmo acontece com o cristão em buscar o reino de Deus em ‘primeiro’ lugar (Mt 6.33). Não se trata apenas de colocar as coisas de Deus em primeiro lugar no sentido de realizar coisas, porque isto a igreja de Éfeso fez. Um filho de Deus pode dedicar sua vida na realização de obras para o Senhor e mesmo assim cometer o erro da igreja de Éfeso. Nosso Senhor não busca quantidade, mas principalmente qualidade.” – p.98.

Creio que este trecho do livro conclui a principal mensagem desta carta.

 

Deus nos abençoe,

André Aneas

Nota: 7 Cartas do Apocalipse

Nota: Todos os próximos 7 posts, referentes as cartas às Sete Igrejas, terão como base interpretativa o livro Cristo Entronizado, de Délcio Meireles. No livro, o autor explica que as Sete Igrejas simbolizam épocas sucessivas da história da Igreja. Abaixo os argumentos retirados do livro que justificam esta interpretação (que do meu ponto de vista, valem a pena serem levados a sério):

 

  • “O número ‘sete‘ não aparece por acaso, pois havia outras igrejas na Ásia que não foram mencionadas. Por que somente estas?“ – p. 73
  • “Existe um mistério envolvido com estas Sete Igrejas, como nosso Senhor declarou: ‘O mistério dos sete candeeiros de ouro‘ (1.20). Se ignorarmos este mistério, sem dúvida chegaremos em uma conclusão distorcida. Por que é necessário ter ouvidos para ouvir? (2.7). Quem não poderá entender?“ – p. 74
  • “Sem nenhum esforço carnal as Sete Igrejas encaixam perfeitamente no lugar onde elas deveriam estar. O significado do nome de cada uma delas não deixa dúvidas com respeito ao período que elas representam na história.“ – p. 74
  • “Vários pontos nestas Sete Cartas ficam sem sentido se não seguirmos a linha profética da história da igreja. Como saberemos quem são os Nicolaítas, mencionados duas vezes? Nenhuma seita jamais existiu com tal nome!“ – p. 74

 

Nos estudos usarei trechos do livro Cristo Entronizado mesclando com minhas próprias opiniões.

Que seja um tempo em que o Senhor fale conosco e que o Espírito Santo nos traga entendimento.

 

Shalom Adonai

Paz seja convosco!

 

André Aneas

As 7 Cartas do Apocalipse

A PAZ do Senhor a todos!

Mês passado li um livro chamado “Cristo Entronizado“, de Délcio Meireles. O livro nada mais é do que um estudo acerca do livro das Revelações – Apocalipse. Sem dúvida recomendo e muito esta leitura, principalmente pelas explicações das cartas às sete igrejas. E é referente as cartas às sete igrejas que gostaria de compartilhar com vocês, pois o Senhor falou muito ao meu coração sobre esta necessidade.

Para iniciar este estudo, neste primeiro post destacarei três pontos importantes para o entendimento:

–       Saber como interpretar

–       Entender o porquê de 7 igrejas

–       Saber onde nos encontramos nestas cartas (igreja atual)

Quando recebemos uma carta precisamos captar a mensagem que o emissor quer nos dar. Neste caso, se tratando do Senhor como emissor, temos a necessidade de entender e compreender o que está sendo dito. Muito mais do que entender, creio que para quem é um discípulo de Cristo deve ser normal, ou com certeza deveria ser, focar todos os esforços em buscar ouvir a voz daquele que é, que era e que há de vir.

Interpretações

Primeira – Histórico

Através do contexto histórico conseguimos entender o que se passava nas igrejas representadas nas cartas e em que situação as igrejas se encontravam, pois estas igrejas de fato existiram.

Segunda – Espiritual

Através das características das igrejas, tanto positivas quanto negativas, podemos ser ministrados pelo Senhor no que se refere a nossa própria vida. Devemos estar com os ouvidos atentos a voz do Espírito Santo para receber alguma palavra rhema*, independente do conhecimento que julgamos possuir acerca das Escrituras. O Senhor não age de uma mesma maneira. Ele é capaz de falar contigo em uma passagem que você já tenha lido diversas vezes, mas nunca havia feito sentido antes.

Terceiro – Profético

“A abordagem profética apresenta as sete igrejas na ordem em que foram endereçadas, como simbólicas do desenvolvimento progressivo da igreja de Deus em toda sua trajetória na terra“ – página 70 do livro.

“Placas“

 

Cada nome das igrejas tem em seu significado algo muito precioso para o entendimento do que o Senhor quer nos dizer. Cada nome corresponde a característica histórica do estágio designado a cada igreja.

1)   Éfeso = Relaxamento – Fim do Primeiro Século (Perda do Primeiro Amor)

2)   Esmirna = Mirra – De 100 a 313 d.C. (Perseguição de Roma)

3)   Pérgamo = Eis o Casamento – De 313 a 600 (Igreja Oficial – Constantino)

4)   Tiatira = Incenso Contínuo – De 600 a 1517 (Sistema Católico Romano)

5)   Sardes = Reforma – De 1517 a 1827 (Reforma – Martinho Lutero)

6)   Filadélfia = Amor Fraternal – De 1827 a 1847 (Unidade da Igreja)

7)   Laodicéia = Opinião do Povo – De 1847 a ? (Filadélfia Soberba)

Os nomes das igrejas se referem ao nome da cidade que a igreja representa. Na época, não havia “placas“ no corpo e o único motivo que leva a divisão entre as igrejas é a localização geográfica, que deveria ser o único motivo que leva crentes no Senhor a congregar em lugares diferentes.

Se olharmos para nossa realidade, facilmente perceberemos que há algo de errado. O fato é que Deus é misericordioso e Ele nos usa independente do nosso entendimento equivocado. Porém, creio que não devemos abusar da misericórdia do Senhor. Pelo contrário, precisamos nos arrepender como igreja e entender que a igreja é Dele. Devemos sim deixar o Senhor mudar nosso pensamento, nos sondando e no refazendo, como verdadeiros vasos nas mãos do oleiro. Quem sabe um dia, todo crente no Senhor ao ser perguntado de que igreja é responda: “da igreja de Cristo“.

Onde nos encontramos?

Irmãos, o Espírito Santo não teria inspirado João a escrever “quem tem ouvidos para ouvir ouça” e a se referir aos VENCEDORES tantas vezes a toa. Creio que a volta do Senhor está próxima e consequentemente o arrebatamento da igreja. A realidade é que se existem vencedores existem também perdedores, crentes que não irão ouvir o que o Espírito diz a igreja. Lembro, que as cartas foram escritas para a igreja e não para pessoas que necessitam de salvação.

Estejamos preparados a tempo e fora de tempo, para nos encontrarmos dentre os vencedores a que o Senhor se refere! Minha intenção não é massagear o ego de ninguém, mas simplesmente compartilhar aquilo que as Escrituras realmente nos dizem. Se somos igreja, participantes da morte e ressureição do nosso Senhor, nos encontramos aptos a buscar a compreensão do que Ele quer nos dizer.

Nas próximas semanas, saberemos qual das sete igrejas nos representa profeticamente, mas creio que saber qual é esta igreja não é nos encontrar. Nos encontrar é estarmos sempre firmes na rocha que é Cristo e sempre prontos a ouvir e ATENDER ao que o Espírito Santo nos diz!

A cada semana irei postar sobre uma carta. Oro para que o Senhor nos edifique ao longo destas semanas e me de graça para transmitir a mensagem Dele.

Deus nos abençoe poderosamente e que sejamos cheios a cada dia do Espírito de Deus, que é SANTO!

 

André Aneas

 

* Rhema é um vocábulo grego que é usados para definir o termo Palavra, da mesma maneira que logos. Rhema é usado para representar o sentido pessoal que o logos assume para um indivíduo ou grupo em particular por meio de um interlocutor. Uma palavra rhema se torna um palavra pessoal, direcionada.