Pré-requisito para Espiritualidade

Quando leio a Palavra de Deus consigo perceber claramente a revelação de um Deus que ama. Ama de uma maneira que não consigo entender. Poderia Deus deixar toda sua glória e decidir escolher o caminho da humilhação e do sofrimento por causa de gente que não consegue sequer entrar em consenso quanto ao propósito da vida? A resposta é sim. O Deus da Bíblia fez isso. O Deus revelado nas Escrituras experimentou estar distante Dele mesmo (Mt 27:46), no último lugar que gostaríamos de estar, pendurado no madeiro, sangrando e sentindo muita dor! Que amor é esse? Que amor que move alguém em tão grande majestade a aniquilar-se, decidindo não se apegar ao seu Ser divino, e se submeter a uma situação terrível para possibilitar a salvação de criaturas que não ligaram, não ligam e muitas que nunca vão ligar para este ato? O Senhor Jesus nos ama. Ele nos amou quando estava pendurado no madeiro, se fazendo maldito por mim e por você. Levando o peso do pecado do mundo sobre seus ombros. É por esse ato de graça, misericórdia e amor que podemos entrar na presença de Deus, com total liberdade de acesso ao Pai.

Esta verdade que compartilhei deve gerar em nós gratidão. O Mestre fez por nós algo que nenhum outro “deus” fez por alguém na história: pagou o preço da nossa rebeldia contra Deus! Alguém espiritual é alguém que tem gratidão. Mas não é qualquer gratidão. É a gratidão incorporada em uma nova criatura. Pois quem é verdadeiramente grato por alguém, reconhece através de atitudes sua gratidão. Não posso ser grato ao meu pai carnal por ter trabalhado muito para me dar acesso a uma boa escola sendo eu um péssimo exemplo de estudante. Da mesma maneira, não posso ser grato ao Pai celeste por ter entregado Seu Filho Amado, Santo, Perfeito, vivendo como alguém indiferente a este ato maravilhoso. Agora, se este ato realmente gera em mim gratidão, minha vida é transformada por esta ação poderosa de Deus. Se existissem “5 passos para ser espiritual”, este com certeza seria o primeiro passo: ser grato.

Não estamos tratando aqui simplesmente de um ato de bondade, mas sim do acontecimento mais importante da história, que gera vida eterna ou condenação eterna.

Somente seremos espirituais quando a porta do nosso coração estiver escancarada para sermos gratos ao Pai por aquilo que Ele fez por nós e quando este ato de graça e bondade estiver impregnado no nosso âmago. Seja grato ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

Experimente dizer ainda hoje que você ama o Senhor Jesus e que é grato a Ele. Experimente quando for congregar a adorar ao Senhor junto da igreja de Cristo ter esta realidade fixada em sua mente. Seja grato, seja transformado pela obra do Senhor!

Deus abençoe sua vida e que o Espírito Santo seja transbordante em ti!

André Aneas

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A Queda do Homem (economicamente falando)

Graça e paz!

Gostaria de compartilhar uma reflexão que fiz em uma das minhas aulas de economia na faculdade de administração. Este blog “fala sobre o Reino de Deus” e mesmo em um assunto que, aparentemente, não se encontra Deus, Ele está lá!

A reflexão é sobre a carência que nosso sistema econômico tem do Todo Poderoso, realidade claramente exposta pela falha humana em gerir a economia. Não sei o que o professor da matéria achou do texto, mas o fato é que sem Deus não dá (inclusive na economia)!

Boa leitura!

Olhando para o mundo atual é possível perceber, em minha opinião, o quão longe estamos de aceitar as críticas de Chesnais ou de ter as ações que Gilpin sugere. Existe uma grande névoa que não nos permite enxergar a realidade dos fatos. A mentira virou verdade faz tempo e contrariar uma “verdade” que o mundo todo acredita pode beirar a loucura.

Fato é que as idéias de Chesnais são, em uma análise superficial, ideais para todos os países. O socialismo é uma teoria excelente, porém depende de um fator para seu sucesso: o homem. Viver da maneira como o socialismo exige não é simplesmente realizar uma troca de sistema econômico, mas sim trocar a ideologia de vida de uma nação. Para se viver em um sistema socialista, as pessoas que compõem o sistema devem estar engajadas e felizes por fazerem parte deste ideal. Caso contrário, a frustração alimentada pelo desejo do direito de ter mais que o próximo irá prevalecer e, no mais tardar, as gerações seguintes darão conta de sucumbir com o sistema. Como controlar a massa composta por homens instáveis?

Outra esfera de análise seria o próprio Estado, que sem dúvida seria tentado por diversas vezes a ceder aos desejos “carnais” de abrir exceções de sua própria ideologia ou se viria obrigado a contrapor na força um povo frustrado e ansioso por uma “coca-cola”. O cenário econômico não se adequaria ao socialismo, porém, nada melhor do que um sonhador de um mundo novo (ou velho?), como Chesnais, para nos levar a abrir os olhos da verdade que um dia foi mentira.

Da mesma maneira, Gilpin propõem ações excelentes para um mundo capitalista. Com ideologias bem diferentes das de Chesnais, Gilpin procura “jogar o jogo” de uma maneira mais ética. Sem realizar incentivos diretos a nenhuma empresa, o que alimentaria ainda mais o sistema capitalista especulativo que vivemos, Gilpin propõem ações bem longe de serem diretas, mas que sem dúvida alguma, tornariam o processo de competitividade muito mais humano, incentivando e formando pessoas capacitadas a fortalecerem seus países. Algo muito benéfico. Porém, diria o Tio Sam: “Time is money!”. Os capitalistas não teriam tanto tempo assim, ou pior, teriam outras opções mais vantajosas monetariamente, que exigiriam menor tempo e produziriam muito, mas muito menos benefícios para os seres humanos “mortais”.

O mundo atual é cruel. Trata-se de algo que praticamente obriga o ser humano a pensar somente em si mesmo. O pior de tudo isso é a causa dos problemas deste mundo: o próprio homem egoísta, sedento por dinheiro e por amá-lo mais e mais. Analisando friamente não vejo muitas saídas. Percebo que as análises deste mundo nos levarão a discussões intermináveis. Embora existam exemplos isolados de prosperidade, como os países nórdicos da Europa, eles não passam de exemplos isolados, que estão muito longe de refletir uma realidade mundial. Vamos destruir o resto do mundo – e conseqüentemente a maioria problemática – para restar somente as pessoas que pensam de uma maneira que dá certo? Acho que não chegamos a este extremo ainda. Resumindo, estamos em um beco sem saída, pois nós mesmos, motivados por sentimentos que não beneficiam o coletivo, nos colocamos aqui.

Acredito que este é o grande passo que todos nós – humanos – precisamos dar: reconhecer que erramos, e muito! Chesnais nos ajuda a enxergar, devido a sua ótica contrariar ao berço capitalista. Gilpin, a pensar em como colaborar de uma maneira menos “artificial”, devido a seu conservadorismo. Porém, sempre somos levados a encarar um mundo que não dá certo em sua totalidade. Um sistema econômico em que há especulação sobre os problemas, mas não respostas. Um mundo em que há injustiça e soluções para ela, mas sempre paliativas. Um mundo em que nós somos nossos próprios inimigos. Um mundo que não tem saída por nossas forças, pois depende exclusivamente de uma força externa. Conceitos como misericórdia e graça deveriam ser melhor explorados num mundo como o nosso, pois teríamos chances reais de êxito.

André Aneas

Para saber mais:

François Chesnais / Robert Gilpin