Graça e paz!
Gostaria de compartilhar uma reflexão que fiz em uma das minhas aulas de economia na faculdade de administração. Este blog “fala sobre o Reino de Deus” e mesmo em um assunto que, aparentemente, não se encontra Deus, Ele está lá!
A reflexão é sobre a carência que nosso sistema econômico tem do Todo Poderoso, realidade claramente exposta pela falha humana em gerir a economia. Não sei o que o professor da matéria achou do texto, mas o fato é que sem Deus não dá (inclusive na economia)!
Boa leitura!
Olhando para o mundo atual é possível perceber, em minha opinião, o quão longe estamos de aceitar as críticas de Chesnais ou de ter as ações que Gilpin sugere. Existe uma grande névoa que não nos permite enxergar a realidade dos fatos. A mentira virou verdade faz tempo e contrariar uma “verdade” que o mundo todo acredita pode beirar a loucura.
Fato é que as idéias de Chesnais são, em uma análise superficial, ideais para todos os países. O socialismo é uma teoria excelente, porém depende de um fator para seu sucesso: o homem. Viver da maneira como o socialismo exige não é simplesmente realizar uma troca de sistema econômico, mas sim trocar a ideologia de vida de uma nação. Para se viver em um sistema socialista, as pessoas que compõem o sistema devem estar engajadas e felizes por fazerem parte deste ideal. Caso contrário, a frustração alimentada pelo desejo do direito de ter mais que o próximo irá prevalecer e, no mais tardar, as gerações seguintes darão conta de sucumbir com o sistema. Como controlar a massa composta por homens instáveis?
Outra esfera de análise seria o próprio Estado, que sem dúvida seria tentado por diversas vezes a ceder aos desejos “carnais” de abrir exceções de sua própria ideologia ou se viria obrigado a contrapor na força um povo frustrado e ansioso por uma “coca-cola”. O cenário econômico não se adequaria ao socialismo, porém, nada melhor do que um sonhador de um mundo novo (ou velho?), como Chesnais, para nos levar a abrir os olhos da verdade que um dia foi mentira.
Da mesma maneira, Gilpin propõem ações excelentes para um mundo capitalista. Com ideologias bem diferentes das de Chesnais, Gilpin procura “jogar o jogo” de uma maneira mais ética. Sem realizar incentivos diretos a nenhuma empresa, o que alimentaria ainda mais o sistema capitalista especulativo que vivemos, Gilpin propõem ações bem longe de serem diretas, mas que sem dúvida alguma, tornariam o processo de competitividade muito mais humano, incentivando e formando pessoas capacitadas a fortalecerem seus países. Algo muito benéfico. Porém, diria o Tio Sam: “Time is money!”. Os capitalistas não teriam tanto tempo assim, ou pior, teriam outras opções mais vantajosas monetariamente, que exigiriam menor tempo e produziriam muito, mas muito menos benefícios para os seres humanos “mortais”.
O mundo atual é cruel. Trata-se de algo que praticamente obriga o ser humano a pensar somente em si mesmo. O pior de tudo isso é a causa dos problemas deste mundo: o próprio homem egoísta, sedento por dinheiro e por amá-lo mais e mais. Analisando friamente não vejo muitas saídas. Percebo que as análises deste mundo nos levarão a discussões intermináveis. Embora existam exemplos isolados de prosperidade, como os países nórdicos da Europa, eles não passam de exemplos isolados, que estão muito longe de refletir uma realidade mundial. Vamos destruir o resto do mundo – e conseqüentemente a maioria problemática – para restar somente as pessoas que pensam de uma maneira que dá certo? Acho que não chegamos a este extremo ainda. Resumindo, estamos em um beco sem saída, pois nós mesmos, motivados por sentimentos que não beneficiam o coletivo, nos colocamos aqui.
Acredito que este é o grande passo que todos nós – humanos – precisamos dar: reconhecer que erramos, e muito! Chesnais nos ajuda a enxergar, devido a sua ótica contrariar ao berço capitalista. Gilpin, a pensar em como colaborar de uma maneira menos “artificial”, devido a seu conservadorismo. Porém, sempre somos levados a encarar um mundo que não dá certo em sua totalidade. Um sistema econômico em que há especulação sobre os problemas, mas não respostas. Um mundo em que há injustiça e soluções para ela, mas sempre paliativas. Um mundo em que nós somos nossos próprios inimigos. Um mundo que não tem saída por nossas forças, pois depende exclusivamente de uma força externa. Conceitos como misericórdia e graça deveriam ser melhor explorados num mundo como o nosso, pois teríamos chances reais de êxito.
André Aneas
Para saber mais:
A economia basicamente estuda o comportamento humano: as motivações e decisões perante a existência de recursos escassos e necessidades ilimitadas. Aliás esse é meio que um “chavão” para definirmos essa ciência. Entretanto muitas são as óticas, ciêncas e “não-ciências” que objetivam justificar /desmistificar o homem… Tantas são as visões que o homem se perde nelas mesmas! E se torma mais “um objeto” de estudo, algo tangível (ou não), que se explica em racionalidade (ou na falta dela)! Em suma, cabe ao próprio homem a descoberta mais simples de todas: a de que não estamos no controle de tudo (e sim Deus), por isso um dia não existiremos mais! Não da forma que pensamos… Há tempo para tantos estudos complexos apenas por motivações individuais, desinteressadas em auxiliar aos demais? Quantos buscarão ao Senhor a tempo?