Primeiramente, gostaria de deixar uma afirmação diretiva para todos nós como Igreja do Senhor Jesus: ser cristão implica em ter uma vida entregue a Deus. Se parece por aqui, faria exatamente o que disse não ser o correto (não explicar os porquês). Mas esta é uma verdade. Se dizer cristão, discípulo de Cristo, e não ter uma vida verdadeiramente entregue para Deus, é incompatível com a revelação bíblica e com a experiência pessoal de inúmeros homens e mulheres de Deus. Chegaria a dizer que um “cristão” que não possui sua vida entregue nas mãos de Deus tem cheiro de joio e não de trigo.
Acredito que esta verdade está explícita no maior mandamento de Deus: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e todas as suas forças” – Dt 6:5 e Mt 22:37. Como se ama alguém acima de tudo, com TODO o coração, com TODA a alma, com TODAS as suas forças? Entendo que quem não se entrega a um Deus que exige um amor pleno, como descrito na Lei, não cumpre o mandamento. Amor exige entrega e a falta de amor revela a não entrega.
Este princípio é revelado não somente quando tratamos da nossa relação com Deus, mas também com nosso próximo. No relacionamento conjugal, por exemplo, o marido que não se entrega a sua esposa, investindo tempo com ela, se dedicando a ela, pouco a ama. A entrega de ambos os cônjuges um ao outro é o termômetro do amor. Quando não há amor no casamento há indiferença, falta intimidade, falta tempo, falta entrega.
Inicio mais uma série de posts. O tema desta vez será “Por que se entregar a Deus?”. Tenho certeza que esta série irá lhe ajudar a compreender a dimensão e profundidade do sacrifício de Jesus na cruz do calvário e o porquê os cristãos devem ter suas vidas entregas a Deus.
Gostaria de ressaltar que toda e qualquer doutrina que é colocada em uma posição mais elevada que outras pode se tornar uma heresia. O estudo que será exposto aqui é parte fundamental da sã doutrina cristã, mas não é a única. Após termos nossas vidas entregues ao Senhor passamos a desfrutar da graça Dele, refletida em justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Portanto, mesmo considerando o momento de real entrega ao Senhor das nossas vidas como algo essencial e digno de profunda compreensão, é igualmente essencial o aprofundamento de outros aspectos da doutrina cristã.
Mergulhe na Palavra de Deus! Que você possa ser abençoado e cheio do Espírito Santo através deste estudo. Oro para que sejas confrontado e impactado com esta série e, principalmente, que você coloque em prática, sendo sal e luz do mundo!
André Anéas
Introdução
É muito comum ouvirmos que é na Igreja que aprendermos o que é certo e o que é errado. “Não pode beber”, “Não pode fazer sexo antes do casamento”, “Não pode falar palavrão”, etc. Acredito que não é errado a Igreja exortar o povo de Deus, seja através da pregação ou entre os próprios irmãos, a tomar uma postura frente a princípios e valores absolutos, levando sempre em consideração a Palavra de Deus e tudo o que pode conduzir o crente a uma vida de pecado. Inclusive, ouso dizer que a Igreja tem, de maneira geral, negligenciado seu papel: ser uma voz profética contra o pecado e em favor da santidade do povo de Deus.
O grande problema não está no fato de dizer claramente o que devemos e não devemos como cristãos. O problema está em não compreender o porquê de tomarmos determinada atitude em nossa caminhada cristã. A justificativa agregada dos benefícios ou malefícios de qualquer orientação que a Igreja fornece é fundamental para os crentes terem uma vida espiritual saudável e consciente. Afinal de contas, algo imposto “guela abaixo” não é agradável para ninguém. Observando a própria Lei, é fácil observar que Deus não faz assim. Em Deuteronômio 15:4-14, vemos um Deus que não somente dá uma lei, mas que fornece justificativas, explicações, porquês da lei. Claro que muitas vezes não teremos respostas. Muitas vezes existirão dúvidas. O apóstolo Paulo não contou todas as revelações que recebeu de Deus aos coríntios por exemplo. Algumas vezes cremos e obedecemos pela fé. E também não creio que o fato de alguém não deter toda justificativa para uma determinada verdade é fator crítico para esta pessoa não seguir os passos de Jesus, pois este menos esclarecido pode ter uma fé muito maior que a minha.
Levando em consideração este princípio, de não somente dizer o que é ou o que não é, mas expor os porquês, penso que um tema propício seria “Por Que se Entregar a Deus?”. Muitas vezes ouvimos que devemos ter nossas vidas entregues a Deus. Seja em pregações, seja em músicas, a palavra “entrega” está comumente presente. Agora, por que devemos nos entregar a Deus? O que significa se entregar a Deus? Quais implicações práticas eu tenho me entregando a Deus? São perguntas importantes de serem feitas e mais ainda de serem respondidas.
O Senhor é bom! Tão bom que nos presenteou com uma linda história sobre uma mulher que teve um gesto de amor singular na revelação bíblica. E sobre esta história tive a alegria de pregar na Igreja Batista Parque das Nações em Santo André, no dia 11/05/2013. Com o título de “Por que se entregar a Deus?”, esta pregação irá nos desafiar sobre o real significado de entrega a Deus.
Agradeço a todos os irmãos pelo convite e oro para que o Senhor continue os abençoando!