Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. [10-14]
Para realmente compreender o que gera esta mudança radical na vida de Paulo, precisamos entender o desejo de Paulo por conhecer a Cristo. Não teoricamente, mas, como Paulo, recebê-lo como “meu Senhor”, conhecendo-O de forma pessoal e íntima. E conhecer a Cristo implica em conhecermos o poder da sua ressurreição e de sua morte e buscarmos ser como Ele, se tornar como Ele.
Conhecer Cristo é conhecer aquele que nos salvou de nossa própria condenação. Estávamos condenados por nossos pecados. Diante do Deus-Santo, devíamos pagar com nossa própria vida por nosso erro, nosso pecado. Nada mais justo, se tratando do Deus-Justo. Por tempos, a nação de Israel recebia o perdão dos seus pecados quando, pela fé, se quebrantavam e um animal inocente tinha seu sangue derramado no altar. Entretanto, conforme nos diz Hebreus 1, nestes últimos dias Deus fala através do Filho. E é Nele, em Cristo, que aquela prática de sacrifício de animais pelo pecado do povo (mediante pela fé) cessa. Pois o sacrifício de Jesus, perfeito, é definitivo por todos os nossos pecados.
No momento em que o Filho inocente, santo, inculpável, com TODO o direito de reclamar sua santidade ao Deus Pai, com TODO o direito de fazer justiça com suas próprias mãos, com TODO o direito de julgar aqueles que o acusavam de tantas mentiras, com TODO direito de demonstrar seu poderio, com TODA justiça a Seu favor, com TODA sua divindade, não se apega a nada disso, mas esvazia-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens, humilhando-se e sendo obediente a Deus até a morte, e morte de cruz (Filipenses 2:6-8), o preço do nosso pecado é pago. O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele (Isaías 53:5).
Quando Cristo diz na cruz: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mateus 27:46), todo o preço a ser pago, correspondente a todo o pecado da humanidade, TODO, está sendo pago Nele. Jesus se faz pecado, se faz maldito em nosso lugar. Ele morre a nossa morte, ele sente a dor que nós deveríamos ter sentido. Ele se vê desamparado, separado de Deus, abandonado. O preço do nosso pecado, da morte espiritual – que é a separação de Deus – , é efetuado em Cristo Jesus, porque Ele deliberadamente obedeceu ao Pai e se entregou pela humanidade. Uma humanidade cheia de si, de suas justificativas e de seus argumentos.
Ele não era pecador, mas sofreu como se fosse. Ele não era merecedor, mas sentiu a dor de quem merecia. Ele amava ao Pai, mas vivenciou, mesmo que por um instante de tempo, a separação Deus, destinada aqueles que não amam ao Pai. Foi um ato de crueldade o que aconteceu com Cristo na cruz. Sim, crueldade. Crueldade que deveria ser destinada a nós. Afinal, nós merecíamos e não Ele. O acontecimento é tão único que as trevas que cobrem a terra, os mortos que ressuscitaram e terremotos tem total razão de ser (Mateus 27:45-54).
“Está consumado!” (João 19:30). Com estas palavras o Filho cumpre o que foi lhe posto por Deus Pai. O Cordeiro Santo recebera em si o pagamento pelo pecado.
Mas a história não parou ai. Não… Após a morte de Cristo, no terceiro dia, Jesus é ressuscitado! A ressurreição nos revela que o sacrifício foi aceito por Deus. Como cristãos, temos na ressurreição a certeza de que nosso último inimigo, a morte, fora derrotado pelo poder que há em Jesus! A ressurreição do Senhor é nossa esperança de sermos ressuscitados também, da mesma maneira que Ele foi. Eis aqui as boas novas! Esta geração tem uma saída, tem a chance de receber o perdão de seu pecado e iniquidade.
…
Conhecer a Cristo, o poder da ressurreição e a participação em Seus sofrimentos, e ser como Ele é o desejo de Paulo, pois Paulo sabe valorizar quem Ele é. Paulo tem claramente para si que estar em Cristo é incomparável. Para o apóstolo, nada está em pé de igualdade com o Senhor. Nada! Inclusive ele mesmo. Paulo se desqualifica em sua carne (justiça própria, fama, honra, descendência, influência, status, obras, etc.), pois sabe que comparada a Cristo tudo é esterco.
Para Paulo, seu alvo é Cristo. Tendo sua meta muito bem definida, ele se esquece do que ficou para trás e caminha rumo ao seu alvo, Cristo. Seu prêmio não é deste mundo. Seu prêmio não passa com o tempo e não é destruído. O prêmio pelo qual Paulo avança é o chamado celestial por Deus em Cristo Jesus.
Paulo compreende que tudo o que ele tem em si mesmo, na “carne”, não passa de trapos de imundície. Ele percebe que nem o seu maior esforço seria capaz de salvá-lo. Somente Cristo poderia fazê-lo, pois Ele é o Cordeiro Santo, imaculado, perfeito, sem macha alguma, sem falhas, sem erro, inocente, santo, inculpável. Somente Cristo poderia ser o sacrifício perfeito, capaz de perdoar definitivamente pecados.
André Anéas
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1/10 – Introdução [Desqualificados!]
2/10 – Contexto [Desqualificados!]
3/10 – Confiança no Espírito ou na carne? [Desqualificados!]
4/10 – Exemplo de Paulo [Desqualificados!]
5/10 – Supremacia de Cristo [Desqualificados!]
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