
[Meditações no Salmo 7]
A vida é repleta de relacionamentos tensionados. Em muitos momentos estamos imersos em situações nas quais nos vemos acusados de erros que cometemos. Em outras oportunidade somos nós quem cobramos dos outros acerca das falhas em relação à nossa pessoa. Não é difícil entrarmos em um tipo de dinâmica na vida em que vivemos para sustentar nossa verdade, nosso senso de justiça e nosso ponto de vista. Podemos acabar investindo muito tempo, emoções e toda nossa energia para provar que somos nós que estamos certos e que são os outros que estão errados. Isso cansa a existência, tornando-a um fardo. A experiência do salmista revela uma alternativa à essa engrenagem da auto-justificação. Para experimentarmos uma espiritualidade sadia é decisivo termos a convicção que o único referencial de justiça está em Deus, não em nós. Em relação a nós, inclusive, cabe sempre desconfiança, pois temos o potencial de manipulação de sentimentos, emoções e da própria razão em benefício próprio. Por isso, diante de ataques contra nossa honra, sigamos o exemplo do salmista: se refugiar em Deus, pois somente nEle há salvação e alento para alma, ter a certeza que nosso escudo está nas mãos dEle, para proteger quem realmente somos, e agradecer, porque Ele é justo e bom o tempo todo. Não somos capazes de sondar a mente e o coração de ninguém e os problemas são sempre mais complexos do que admitimos. Assim, não se sente na cadeira de juiz, ela não foi feita para nossa humanidade. Liberte-se dessa obrigação de buscar justiça própria e desfrute da leveza de tão somente cantar louvores a Deus. O caminho da justiça própria é uma armadilha, um sofrimento, estrada da desilusão. O caminho da confiança no SENHOR da justiça é cantoria, alegria, liberdade e paz!
André Anéas