
[Meditações no Salmo 11]
Quando o problema parece ser insolúvel, as opções se esgotam, as portas se fecham e a esperança parece sucumbir, propostas indecentes são sussurradas. As justificativas para agir de forma inconveniente pairam sobre as mentes dos desesperados ou são audíveis através de pessoas que “tentam” ajudar. Nestes momentos o caminho torto ganha algum atrativo e tudo vira argumento em prol de determinado fim. Como dizem: “o fim justifica os meios”. O salmista se depara com este dilema, mas não sucumbe diante da tentação de correr para os montese garantir sua segurança em sua própria força e com a ajuda dos conselhos de quem não confia em Deus. O salmista não confia no caminho dos maus e não se permite dar espaço em seu coração para conformar sua vida com as atitudes deles. Ele tão pouco confia em si mesmo, pois sabe que é passível de falha e que em seu coração habita o mesmo mal do perverso, o que lhe faz um perverso em potencial. Qual é a diferença do salmista que ora para aquele que empunha arcos da maldade? O salmista confia em Deus. No SENHOR ele se refugia. Aquele que experimenta a confiança no Eterno sabe que está escondido nEle e que nada está oculto diante daquEle que tudo vê. O olho de Deus sonda as mentes e os corações dos descendentes de Adão. Tanto as atitudes como as intenções estão nuas diante do Justo. O Santo ama a justiça e sabe quando alguém joga fora das regras. Nem mesmo o que ora está imune de ser objeto da investigação do Altíssimo. Diante desta compreensão do SENHOR há somente uma opção: se render. A experiência da confiança em Deus produz a convicção de que Deus tudo fará em prol de uma santa justiça (justiça que não está em nenhum homem adâmico). A confiança torna a experiência de Deus experiência de quem encontrou abrigo, uma torre segura, proteção e garantia de que o mal não é para sempre. O mundo pode ser um caos. A vida pode estar um caos. Mas os que confiam no SENHOR encontram a paz que transcende o entendimento e que confunde a sabedoria dos inteligentes e dos arrogantes que pensam ter as respostas e as saídas dos males da existência. A experiência da confiança nos faz correr para os braços de Deus em tempos difíceis e, tão somente, descansar lá.
André Anéas