João
O mistério do Logos: vida e luz
Conclusão [Ser Crente Pra Valer!]
Conhecemos homens e mulheres da Bíblia que são grande exemplos de fé, crentes pra valer. Vimos também um homem rico, que ao se deparar com as consequência do discipulado optou por sua vida abastada. A questão neste momento somos eu e você. Quem nós somos? Crentes que vivem pela fé no Filho de Deus ou semelhantemente ao homem rico temos simpatia por Jesus e nos falta coragem para nos livrar daquilo que nos resta e que sabemos, por intermédio de Cristo, que devemos deixar?
Quem sabe você seja uma pessoa muito bem intencionada. Você pode estar em busca de sua salvação. Jesus te olha e ama você, da mesma maneira que amou aquele homem. Sabe que no coração dos homens pode existir boa intenção. Porém, boa intenção não salva. Não basta ir atrás de “7 passos para salvação”, ir atrás do guru da salvação, seguir as leis necessárias para salvação. Podem ser boas intenções, mas não passam disto. Ele nos diz que pode faltar alguma coisa. E não se trata de ser um bom cidadão, de não matar, não roubar, etc. Trata-se de deixar de lado TUDO por Ele. Trata-se Dele ser nosso TUDO.
Uma vez confrontados com a graça de Deus – olhando para nós como realmente somos, completamente despidos, nus, sem graça, escravos do pecado, do egoísmo, de nós mesmos, do nosso orgulho, da vaidade – deixando tudo para trás, morrendo para este mundo, seguimos a Jesus. Seguimos. Passo a passo. O observando, o imitando, nos tornando semelhante ao Filho…
Deixando nosso maior amor para Ele:
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. – Mateus 10:37-38
Dando prioridade para Ele:
Outro discípulo lhe disse: “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai”. Mas Jesus lhe disse: “Siga-me, e deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos”. – Mateus 8:21-22
Abandonando o pecado que afronta Ele:
Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. – Mateus 5:29
O que lhe resta para ter a vida eterna e seguir a Jesus? Muitos dizem que precisam deixar de fazer isto ou aquilo para poderem se batizar. Mas, na verdade, precisam deixar de fazer isto ou aquilo para se tornarem cristãos para valer. Ora, quem sabe o que deve abandona, sabe o que deve abandonar. Não para se batizarem, mas para se converter. Não consigo entender um crente indeciso para se batizar. Mas é compreensível, um homem indeciso por deixar o que não lhe é bom para trás e seguir a Jesus.
A conversão é baseada no arrependimento, em uma mudança de mente. Uma vez com a mente convertida, o crente busca abandonar tudo aquilo que está acima de Deus. Isto acontece no início da vida cristã e durante todo seu curso. Porém, algo não muda. O cristão sempre abandona o pecado, sempre escolhe o caminho que agrada a Deus. Tropeça, sim. Mas, pela bondosa mão do Pai é repreendido, corrigido, se levanta e continua. Não desiste. Persevera até o fim!
Testemunho:
Me lembro de uma conversa que tive com alguns crentes da minha sala de faculdade. Eu já era parte da igreja e tocava na equipe de louvor. Porém, nas primeiras palavras trocadas com eles percebi que tínhamos muitas diferenças. Eles não tinham problema algum em falar sobre a Palavra de Deus, sobre Jesus. Não se envergonhavam nem para orar em público na faculdade. Evangelizavam, buscavam ao Senhor.
Eu, ao contrário, era um crente “James Bond”. Me escondia. Tinha vergonha de professar minha fé de maneira clara. Era mais parecido com meus colegas de fora da igreja do que com estes crentes. Falava palavrão, bebia, dava em cima de algumas meninas. Meu orgulho falava mais alto. Não queria de forma alguma ser tachado como “crente”. Hoje vejo que era um péssimo testemunho e que envergonhava a Igreja de Cristo. Não era crente pra valer…
Me lembro de um deles, que após uma longa discussão entre eu e eles me disse: se for para ser crente tem de ser para valer. Olhando para história do homem rico se percebe que é isto que Jesus espera. Se você me segue, você me segue. Se não, não.
Sim, a porta é estreita e o caminho apertado, são poucos que encontram. Mas, ou se está neste caminho estreito, caminhando nele, ou se está em outro caminho, no largo. Eu estava no largo. Graças a bondosa mão de Jesus pude ouvir a Sua voz amorosa me dizendo: “André, você não mata, não rouba, não faz tantas coisas, mas resta algo… Deixa seu orgulho e me segue”.
Não me arrependo um segundo por ter me humilhado na presença Dele e seguido, pra valer, o Senhor. O que vivi, vivo e vou viver na presença Dele não tem comparação com nada nesta vida. Sei que se aquele homem rico deixasse suas riquezas, doasse aos pobres e seguisse a Jesus, ele viveria dias tremendos – com perseguição – e teria a vida eterna.
Não é um caminho fácil ser crente pra valer. É necessário perseverança, renúncia, carregar a cruz, ser um discípulo radical, nas palavra de Stott. Todos os heróis da fé pagaram este preço, sem exceção. Muitos perderam fama, bens, até filhos – como alguns missionários em terras longínquas. Mas optaram por ser discípulos e anunciar a Verdade que salva e liberta!
O desafio desta mensagem é deixar de ser o primeiro, para ser o último. Deixar de ser dono de sua vida, para ser escravo de Cristo. Deixar a vergonha de lado e anunciar com ousadia que sim, você segue a Jesus e deixa de lado o que tiver de deixar por amor a Ele. O desafio é trabalhar para o Reino, servindo a todos e não ser reconhecido. O desafio é não fazer nada por aplausos, mas para glória do Rei. O desafio é morrer, para que outros vivam. O desafio é se expor, nem que o custo seja a morte. O desafio é defender o oprimido, desamparado e o pobre, mesmo que ninguém os defenda. O desafio é ser tão parecido com Cristo para dizermos: “me imite!”. O desafio é parar de levar a vida na fé como brincadeira, como religião, como ritual, mas viver a intensidade de cada culto na presença de Deus, de cada estudo, de cada pregação, da comunhão da Igreja e com o Senhor. Sim, o desafio é confiar nas promessas de Deus! O desafio é viver, cada dia, pela fé.
Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta… – Hebreus 12:1
Jesus ama você e te diz que resta alguma coisa a ser deixado de lado… Em seguida, Ele te chama: “Segue-me”. Jesus não deseja que você apenas leia sobre homens e mulheres de Deus, mas que você seja um! O que resta para você?
André Anéas
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1/4 – Introdução [Ser Crente Pra Valer!]
2/4 – O Homem Rico [Ser Crente Pra Valer!]
3/4 – Análise de Marcos 10:17-31 [Ser Crente Pra Valer!]
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Análise de Marcos 10:17-31 [Ser Crente Pra Valer!]
Os diálogos de Jesus com os homens são belíssimos. Sua maneira de colocar as frases, de tocar no íntimo, no mais profundo do coração humano, é única.
Alguns detalhes desta história gostaria de destacar. O primeiro deles está no verso 21:
Jesus olhou para ele e o amou. “Falta-lhe uma coisa”, disse ele. “Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me”. – Marcos 10:21
Em primeiro lugar, merece destaque que Jesus o amou. Olhando para este detalhe penso que podemos imaginar o tom com que o Senhor falou as palavra seguintes. Jesus teve um sentimento profundo por este homem. Quem sabe o bom Mestre viu nele uma boa intenção. Entretanto, se achar “bom” o suficiente ou ter uma “boa” intenção para ter a vida eterna definitivamente não é o caminho, pois bom é somente Deus. Ele de fato tinha interesse em Jesus. Mas o amor de Jesus não é como nosso amor, que muitas vezes omite a verdade, oculta o que há de errado. A sinceridade e verdade contida nas palavras de Jesus eram e são a maior evidência de Seu amor por nós.
Em segundo lugar, Jesus lhe diz que faltava uma coisa, neste caso, vender os bens e dar ao pobres. Esta parte da resposta foi a que mais desagradou o homem, entristecendo-o e culminando na desistência dele em ter a vida eterna que Jesus promete. Jesus o amou e lhe disse a verdade. Jesus não procurou cativar mais um discípulo. Não procurou lhe falar palavras que agradassem os ouvidos. Muito pelo contrário, deixou claro que para se ter a vida eterna é necessário não ter nada superior a Ele. As riquezas deste homem era seu “calcanhar de Áquiles”. Jesus foi no mais íntimo deste pretendente a vida eterna e encontrou algo que este homem devia se desapegar para entrar no Reino de Deus.
Terceiro, segui-lo. Provavelmente o homem rico pouco se atentou a esta parte, pois fora a necessidade de deixar tudo o que tinha que lhe entristeceu. Mas devemos destacar que seguir a Jesus era uma das condições também. O que Jesus responde é que se trata de algo muito maior do que cumprir uma regra, mas seguir Jesus, viver com Ele, aprender Dele, beber da água que Ele fornece. O que exige esforço, dedicação, uma caminhada… Um verdadeiro discipulado.
Ser discípulo de Jesus é compreender que existem implicações nesta decisão. Seguir a Jesus é um caminho de autonegação, de sacrifícios, de tomar cada um a sua cruz e seguir o Mestre. O discurso do homem da história era mais ou menos este “não mato, não roubo, não prejudico ninguém…”. Mas, ele tinha algo que dominava seu coração, que gritava mais alto que sua sede por Deus e a vida eterna.
Os discípulos ficaram perplexos, e perguntavam uns aos outros: “Neste caso, quem pode ser salvo?” – Marcos 10:26
Quando Jesus discorre sobre a dificuldade de um rico ser salvo, todos os discípulos ficam perplexos. É importante notar que Jesus chega a dizer que é muito difícil entrar no Reino de Deus. E de fato o é.
Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram”. – Mateus 7:14
Ninguém melhor do que o Cristo para saber o alto preço que seria necessário se pagar para o homem entrar no Reino de Deus. Não é a toa que nos versos 32 a 34 Jesus chama os doze e lhes diz o que aconteceria com Ele.
A perplexidade dos discípulos fazia sentido. Como seria possível um homem ser salvo, sendo que nada poderia estar a cima de Jesus, inclusive as riquezas de alguém muito rico? A resposta de Cristo é que “Para o homem é impossível, mas para Deus não; todas as coisas são possíveis para Deus”. Glória a Deus! Existe um caminho!
A questão é que poucos querem confiar em Deus. O que faltou para o homem rico era depositar sua fé em Jesus e não nas riquezas. Deus iria fazer o impossível e salvá-lo, mas ele teria de entregar tudo por Jesus. Quem sabe o homem pensou no trabalho que deu ajuntar sua fortuna. Quem sabe ele pensou em seu futuro, em sua família, nos filhos. Quem sabe ele pensou em sua posição. Quem sabe ele pensou que Jesus estava exagerando, que não era por ai.
Fica claro que por ser impossível não há outro meio senão pela graça de Deus. É Deus quem salva! Entretanto, mesmo não sendo necessário realizar alguma obra para salvação, faz parte deste processo nos desarmarmos e nos humilhar diante Dele. Neste momento, em que nos desarmamos compreendemos que não somos nada, que não temos nada, que merecemos o inferno, que somos pecadores, que não temos mérito, que nada é nosso por direito e que sim, devemos entregar tudo e seguir a Jesus. Devemos entender que é necessário “ser crente pra valer” e que “ser crente pra valer” é deixar aquilo que nos resta e optarmos por seguir Jesus. O cristão deve ser aquele que não possui nada além de Jesus! Nada.
Então Pedro começou a dizer-lhe: “Nós deixamos tudo para seguir-te”. – Marcos 10:28
Pedro, como de costume, toma a frente e não hesita em dizer que eles tinham deixado tudo para seguir Jesus. A forma verbal de “deixamos” deixa claro que é uma ação no passado e definitiva. Pedro e os demais de fato deixaram tudo para trás. Sua estabilidade económica, empregos, casa e família. Tudo isto pois atenderam ao chamado de Jesus, seguindo-O. O impossível aconteceu para eles. Eles estavam caminhando com Jesus, aprendendo com o bom Mestre, se transformando, deixando o que lhes restava para trás em cada descoberta daquilo que precisam deixar de lado. Eles estavam vivendo pela fé…
Gosto muito do apóstolo Pedro. Vejo nele ousadia e sinceridade. Ele é um exemplo de quem mergulhou de cabeça no seguir a Jesus. Sei bem dos erros dele. Mas Jesus nunca disse que jamais um discípulo erraria. Ele negou a Cristo, mas foi privilegiado de ter uma conversa restaurado na praia com o Cristo ressurreto. Ele fora repreendido algumas vezes, mas não deixava nenhuma oportunidade passar. Ele não teve fé suficiente para andar muito tempo sobre as águas, mas um pouco ele andou.
Acredito que discípulos como Pedro são apreciados por Jesus. Gente como a gente, que está sujeito a falhas, que tem a fé abalada por uma tempestade, que precisa de repreensão, mas que quando vê Jesus não tem medo de se expor e de ousar andar sobre as águas! Gente que não tem medo de olhar a própria vida e deixar de lado aquilo que não é o desejo do Senhor para nós. Gente que quando Jesus diz, obedece. Gente que quando Jesus manda entregar algo, entrega. Gente que acredita em Jesus, conversa com Ele e que vive debaixo de Seu senhorio. Gente que por mais que tenham coisas, sabem que não passam de coisas e que não é o mais importante. Gente que não se apega as coisas do mundo, pois o maior amor está em Cristo.
Como Jesus finaliza nos versos 29 a 31, para estes que ousam entregar tudo e “ser crente pra valer” existe sim uma recompensa: receberão cem vezes mais aquilo que deixaram. Junto disso perseguição – nesta terra – e no futuro a vida eterna!
Mas o verso 31 nos revela que quem conhece o coração do homem é Deus. Aqueles que parecem os primeiros, podem ser os últimos. E os últimos serão os primeiro. “Ser crente pra valer” não é viver de aparência. Não é agradar aos homens. Não é parecer o que não é. Jesus exige de nós verdade. “Ser crente pra valer” é ser crente em primeiro lugar no interior e depois no exterior.
André Anéas
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1/4 – Introdução [Ser Crente Pra Valer!]
2/4 – O Homem Rico [Ser Crente Pra Valer!]
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O Homem Rico [Ser Crente Pra Valer!]
Quando Jesus ia saindo, um homem correu em sua direção e se pôs de joelhos diante dele e lhe perguntou: “Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Respondeu-lhe Jesus: “Por que você me chama bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus. Você conhece os mandamentos: ‘Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não enganarás ninguém, honra teu pai e tua mãe’ ”. E ele declarou: “Mestre, a tudo isso tenho obedecido desde a minha adolescência”. Jesus olhou para ele e o amou. “Falta uma coisa para você”, disse ele. “Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me.” Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas. Jesus olhou ao redor e disse aos seus discípulos: “Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus!” Os discípulos ficaram admirados com essas palavras. Mas Jesus repetiu: “Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”. Os discípulos ficaram perplexos e perguntavam uns aos outros: “Neste caso, quem pode ser salvo?” Jesus olhou para eles e respondeu: “Para o homem é impossível, mas para Deus não; todas as coisas são possíveis para Deus”. Então Pedro começou a dizer-lhe: “Nós deixamos tudo para seguir-te”. Respondeu Jesus: “Digo a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou campos, por causa de mim e do evangelho, deixará de receber cem vezes mais, já no tempo presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, e com eles perseguição; e, na era futura, a vida eterna. Contudo, muitos primeiros serão últimos, e os últimos serão primeiros”. – Marcos 10:17-31 NVI
Nesta história, relatada nos evangelhos de Mateus, Marcos e João, temos um homem rico, dono de propriedades, com uma vida sem falta de nada. Entretanto, este mesmo homem poderoso vem ao encontro de Jesus, se põe de joelhos e lhe faz uma pergunta: “Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. Mesmo não sendo um discípulo de Jesus o homem o chama de “bom mestre”, em um espécie de bajulação ao Senhor em busca de uma resposta que lhe garanta sua estadia no céu, na vida eterna. Jesus, entendendo o que estava no coração do homem, responde afirmando que Deus é quem é bom. Não que Jesus não o fosse, mas para que este homem compreendesse que a vida eterna não é garantida com bajulação, nem com fórmulas mágicas, nem com a ajuda de gurus especializados em assuntos espirituais. O homem precisava entender que Jesus não era um destes gurus e que bom é Deus e a este sim compete agradar.
Após este esclarecimento, Jesus prossegue sua resposta. “Você conhece os mandamentos: ‘Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não enganarás ninguém, honra teu pai e tua mãe’ ”. Ou seja, Jesus estava lhe dizendo que para se ter a vida eterna era-lhe necessário ter uma vida que refletisse os mandamentos de Deus. A resposta do homem foi incisiva, pois ele obedecia aos mandamentos desde a adolescência. Quem sabe o homem encheu a boca para responder, mas mal imaginava a resposta de Jesus, que conhece os homens interiormente. Jesus responde que lhe faltava algo: vender seus bens e dar aos pobres. Neste instante o homem ficou abatido e triste, pois era muito rico. A resposta de Jesus não agradou este homem, pois ele esperava uma resposta que lhe desse um caminho mais fácil para o céu, em que ele continuasse rico, cumpridor dos mandamentos (aos seus próprios olhos) e com a vida eterna.
A riqueza nesta época, erroneamente, era um sinal de benção de Deus para os judeus. No caso deste homem estava claro que a riqueza não era uma benção, mas algo tão enraizado em seu coração, inegociável, idolatrado, que ele seria incapaz de deixa isto de lado para ter a vida eterna.
Diferente dos exemplos citados, este homem não estava disposto a deixar tudo por amor de Deus – neste caso as riquezas. Ele não estava disposto a viver a vida pela fé em Deus para valer. Ele estava disposto a um meio termo… Continuar rico sim, obedecer aos mandamentos exteriormente sim, mas não se livrar daquilo que estava acima de Deus em seu coração.
André Anéas
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1/4 – Introdução [Ser Crente Pra Valer!]
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A Inconstância da Igreja
A graça e a paz do Senhor!
Com muita alegria no coração, compartilho uma pregação intitulada “A Inconstância da Igreja”, pregada na amada igreja Batista em Sumarezinho, em 31/05/2015.
É óbvio que somos todos inconstantes. Somos humanos. Somos quase uma montanha-russa, ora em cima, ora embaixo. Porém, a pergunta que precisamos fazer é o que Deus pensa da inconstância da Igreja? E é aqui que precisamos nos atentar…
Uma mensagem baseada na carta para igreja de Éfeso, ditada do céu pelo próprio Senhor Jesus ao seu servo João (Apocalipse 2:1-7). Creio que o Senhor falará ao seu coração e te desafiará com aquilo que Ele pensa sobre nossa inconstância.
Deus abençoe e que Ele te encha do Espírito de Cristo!
O “Mundo” [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
“Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (15)
João começa a falar sobre o amor a este mundo. Aquele que ama este mundo não possui o amor do Pai! O amor utilizado por João para o mundo é o mesmo amor utilizado de Deus para o homem. Ou seja, quem ama o mundo com o amor, que seria o mesmo amor de Deus, um amor que se entrega, na verdade o amor do Pai não está nele. Aquele que coloca em seu coração um amor por este mundo não é digno do amor de Deus! Trata-se de ideias contraditórias, mutualmente excludentes. Ou amo o mundo ou o amor do Pai está em nós.
Veremos o que seria este mundo:
João não quer dizer que as coisas criadas por Deus sejam ruins. A criação proclama Deus (Salmo 19 e Romanos 1). João quando diz mundo se dirige à aspectos mais profundos do que simplesmente o mundo físico. Trata-se, principalmente, de aspectos morais.
Ao separar mundo e “coisas que nele há”, imagino o sistema de mundo em que vivemos e aquilo que compõe este sistema. Sistema este debaixo do poder de Satanás.
1. Pensamento humanista
O sistema do mundo se voltou ao longo dos anos para o próprio homem. O importante é termos prazer, satisfazendo nossas vontades. O importante não é o próximo, o importante sou eu! Tudo se torna relativo. “Deus existe?”, “o diabo existe?”, “céu e inferno?”. Tudo depende do meu ponto de vista.
É ai que o homem se perde como sociedade, pois não é no homem que encontramos referenciais éticos para viver. Dependemos de um referencial externo, que vem de Deus. Ele é perfeito, nós imperfeitos. Ele é eterno, nós nascemos e morremos. Ele é santo, nós corruptos.
É fruto deste tipo de pensamento que o homem se torna seu próprio deus.
2. Injustiça
A Bíblia está repleta de profetas que denunciaram a injustiça social! É muito fácil perceber que a injustiça está enraizada no mundo. Não é somente na esfera política, mas no “jeitinho” também!
Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a verdade e não usa a língua para difamar, que nenhum mal faz ao seu semelhante e não lança calúnia contra o seu próximo, que rejeita quem merece desprezo, mas honra os que temem ao Senhor, que mantém a sua palavra, mesmo quando sai prejudicado… – Salmos 15:1-4
O sistema em que estamos inseridos preza pela “vantagem”. Desde o topo da pirâmide social, até a base, as pessoas buscam tirar vantagens. No trânsito, fazendo um “gato” na energia, ou qualquer “rolo” que exista por ai.
Porém, são poucos os que mesmo saindo prejudicados se comprometem com uma vida fora do padrão mundano. Na maioria das vezes se procuram os “atalhos” da vida.
3. Guerra por poder
O poder consome os homens, todos o buscam! Em busca do poder, o homem ama o mundo, tirando benefício, vantagem do sistema instalado. Aquele que se encanta com uma vida dedicada a trabalhar, ganhar dinheiro, poder, usar as pessoas ao invés das coisas, pensando no próprio umbigo e se valendo da injustiça, certamente ama o mundo, e ama muito!
Quando observamos o mercado de trabalho, vemos muitas vezes a ganância, o poder, o lucro desonesto. Pessoas “puxando o tapete” das outras. Um ambiente de competitividade. O importante não é se sustentar, mas “conquistar o mundo”, passando por cima de quem for!
Talvez olhando para sua vida você pense que não ama o mundo. Mas, qual foi a última vez que escolheu não pensar em si mesmo? Ou sair prejudicado em prol de ser ético, correto para com você e seu próximo? Quantas vezes você se negou a abrir mão de poder para não ter a mentalidade do mundo?
Infelizmente, muitos hoje em dia amam o mundo. Amam o sistema!
André Anéas
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1/7 – Introdução – Urgência e Prioridade: Eternidade [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
2/7 – Introdução – Quem são vocês jovens? [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
3/7 – O Maligno [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
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Vencendo “Este Mundo Tenebroso”
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O Maligno [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
Em primeiro lugar, gostaria de refletir sobre quem é o Maligno. Quando penso no diabo, sempre me lembro dele diante de Deus argumentando sobre a vida de Jó (capítulo 1). A fúria de Satanás contra nossas vidas é fruto de sua queda, pois o orgulho que o fez desejar ser igual a Deus o arruinou e o fez possuído de um desejo incontrolável de evidenciar e denunciar nosso erro, de nos acusar. Ou seja, a mente de Satanás pensa da seguinte forma: “Tire dele o que ele possui, seus bens, sua saúde, sua família, e verás que ele se tornará como eu, pois ele apenas te teme pois está ‘tudo bem’…”. Inveja. Ou então, ao contrário, ele nos fornece tudo o que há no mundo para nos esquecermos de Deus. Estratégia. Não importa a forma, a lógica, o tipo de cilada, ele quer nos pegar! Existe uma obsessão do Maligno em nos tentar, nos derrubar, nos envergonhar e nos acusar, como se ele quisesse que falhássemos como ele falhou. Entretanto, nós temos o privilégio de desfrutar do perdão, o que os anjos não experimentam. Somos falhos, mas podemos ser perdoados. E Deus nos perdoa! E isto com certeza o deixa furioso!
O diabo procura durante toda a história da humanidade influenciá-la ao erro e para o afastamento de Deus e da verdade sobre a nossa condição de pecadores. Ele tem total consciência do destino eterno das pessoas e dele próprio. Ele tem o senso de urgência e prioridade em seus afazeres. Enquanto nós não damos atenção para realidade do céu e do inferno, negligenciando a Palavra de Deus muitas vezes, Satanás procura levar o máximo de pessoas para o engano, em virtude de seu ódio do ser humano passível de perdão. Ele não descansa! O desejo dele é mostrar o quão semelhantes a ele somos, distorcendo nossa condição original: imagem e semelhança de Deus. Portanto, ele tenta usurpar a glória de Deus para ele. Mesmo sabendo que ele não será perdoado, tem sua fúria satisfeita em contribuir para que nós, seres humanos, nos tornemos à sua imagem rebelde e pecaminosa, cuja origem se dá desde o princípio (1 João 3:8).
(Digo contribuir pois temos “culpa no cartório”. Ele contribui, e muito, mas a decisão de ceder a ele é nossa. Nós escolhemos o mal e temos condição fazê-lo, inclusive, sem a influência de Satanás).
1 João 5:19 nos revela que o mundo em que vivemos está sob o poder do Maligno. Isto porque o homem, a raça, negligenciou seu papel na criação e se rendeu ao “banquete” de engano oferecido pelo diabo. Houve uma transferência de autoridade do homem para o diabo. Desde o Éden, Satanás com suas ciladas procura enganar o homem. A vitória que os jovens tiveram contra o Maligno em 1 João 2:14c se deu neste mundo em que “jaz o Maligno”. Da mesma maneira, para sermos vitoriosos contra o Maligno, precisamos entender que a guerra acontece aqui, neste mundo. Daí a importância de entendermos os versículos 15-17 de 1 João 2. Ali conseguiremos entender a maneira como devemos viver aqui para sermos vitoriosos contra “este mundo tenebroso”!
(Vale ressaltar que toda a terra em última instância pertence a Deus (Salmo 24:1). O poder que Satanás tem sobre a terra é temporal, não eterno).
André Anéas
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1/7 – Introdução – Urgência e Prioridade: Eternidade [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
2/7 – Introdução – Quem são vocês jovens? [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
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Introdução – Quem são vocês jovens? [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
Em 1 João 2:14b vemos que o apóstolo escreve para jovens do primeiro século que são fortes, em quem a Palavra de Deus permanece e que venceram o Maligno. Quão tremendo seria ouvir estas palavra do apóstolo João! Saber que a força natural dos jovens, com toda sua vitalidade, unida com a Palavra de Deus em seus corações obteve vitória contra o Maligno! Trata-se de uma Palavra abençoada! Uma Palavra de encorajamento!
Mas será que esta verdade (jovens que são forte, em quem a Palavra de Deus permanece e que venceram o Maligno) se aplica aos jovens de hoje em dia? Devemos nos lembrar de Tiago 1:22-25:
Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer. – Tiago 1:22-25
Por isso eu pergunto: quem são os jovens a quem escrevo/prego esta palavra? Fortes? Com a Palavra de Deus enraizada dentro de seus corações? Jovens que tem vitória sobre o Maligno?
E aqui se inicia nossa reflexão: nosso senso de urgência e nossa prioridade sobre a eternidade é uma realidade em nós e tem nos feito ter vitória sobre o Maligno, anunciado a Palavra de Deus que está em nós às pessoas deste mundo, utilizando toda nossa força e vigor? E a principal questão: como temos nos relacionado com o mundo que está sob o poder do Maligno (1 João 5:19), sabendo que a maneira como vivemos aqui tem impacto na nossa eternidade? É interessante notar que a oração de Jesus não foi para Deus nos tirar do mundo, mas que nos livrasse (protegesse) do Maligno (João 17:15).
Precisamos ter bem compreendido em nós a realidade da eternidade: do céu ou do inferno. Já dizia um amigo que: “se realmente compreendêssemos a realidade do inferno, sairíamos aos berros nas ruas para que as pessoas recebessem salvação, pois quão terrível é ir para o inferno!”.
André Anéas
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1/7 – Introdução – Urgência e Prioridade: Eternidade [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
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Introdução – Urgência e Prioridade: Eternidade [Vencendo “Este Mundo Tenebroso”]
Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno. Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens [soberba da vida] — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. – 1 João 2:14b-17
Sejamos francos. Aquilo que o Evangelho se propõe a anunciar é arrependimento e fé em Cristo. Por que? Porque se não houver arrependimento e fé em Jesus estaremos condenados eternamente ao inferno. Sim. Esta é a verdade. A realidade de que nosso futuro eterno possui apenas duas opções, ou o céu ou o inferno. Pode até parecer arcaico e ultrapassado. Mas, para ser sincero e objetivo, é exatamente isso. “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” – Romanos 3:23.
Embora seja uma ideia simples, e “ultrapassada” para alguns, o grande problema destes dias é a falta de urgência e prioridade dada pelas pessoas em geral a um assunto essencial para humanidade: a eternidade. Não estou dizendo que somente exista importância em ser salvo para ir para o céu. Penso que a salvação é muito mais do que “se livrar” do inferno. Acredito que somos salvos por Deus para retornarmos ao estado anterior a queda: reconciliação com Deus, conosco mesmo, com o próximo e com a natureza. Entretanto, a consciência coletiva de que nossas ações neste mundo e a maneira como vivemos determinará nosso futuro eterno está muito aquém daquilo que deveria. Tanto para quem está na igreja quanto para quem não está.
Esta consciência de urgência e prioridade se dá em dois aspectos: para nosso “eu” e para nosso próximo. Somos influenciados e influenciamos aqui neste mundo. Aquele que está em Cristo ouviu o evangelho (influenciado, evangelizado) e, este mesmo, após se converter a Cristo, tem como dever evangelizar (influenciar). Agora, o que leva à conversão (influenciado, evangelizado)? O que o motiva a evangelização (influenciar)? Um dos motivos acredito ser uma consciência de urgência e prioridade de que a eternidade será no céu ou no inferno. Repito, não quero dizer com isso que se trata de uma barganha, em que me convertendo simplesmente não vou para o inferno. Claro que o amor de Deus nos atrai e pela sua graça somos salvos e, neste processo, passamos a amar ao Pai, pois Ele nos amou primeiro (1 João 4:19). Porém, neste processo também somos “pegos” por este fato: a eternidade! O desespero daquele que se vê condenado por Deus e tem em Jesus as “boas notícias” e o desespero daquele que anuncia Jesus a quem tem seu destino certo no inferno.
André Anéas
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Vencendo “Este Mundo Tenebroso”
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