Jesus, a Verdade
Quando olhamos para Jesus, vemos Nele um grande líder, apaixonado e convicto por sua causa e, sem sombra de dúvida, alguém que inspira seus discípulos. Acredito que a primeira pergunta que devamos fazer é: qual a causa de Jesus? Esta pergunta é relevante pelo seguinte motivo: se as causas (ideais) dos grandes líderes da história os fizeram apaixonados, convictos e pessoas inspiradoras, o que dizer então de Cristo? Muitos dos ideais dos grandes líderes da história foram muito positivos (e são causas dignas de um cristão lutar), já outros nem tanto. Mas independente disso, o fato é que por mais notório que tenham sido estes ideais, os vemos hoje muitas vezes apenas em livros. Por outro lado, a causa de Jesus é algo que tem apaixonado, convencido e inspirado a muitos a mais de dois mil anos. A causa de Jesus tem se mostrado a cada dia imune ao tempo, imune as culturas, imune as gerações. A causa de Jesus é algo tão diferenciado, tão notório, tão digno de não ser comparado com nada que Ele próprio faz uma afirmação em João 4:6 que reflete isto: “Eu sou a verdade”. O fato de Jesus ser a verdade torna seu Ser a própria causa, o próprio ideal. Ele é a personificação da verdade e, por isso, tudo que não está Nele se torna insignificante, de menor relevância. Lucas 19:40 diz que se os discípulos se calassem até a pedras clamariam em Seu favor, tamanha grandeza do Seu ser. O próprio estado de “independência”, em toda plenitude de seu significado, só pode ser alcançado mediante Ele. Sua missão tem relação direta em proporcionar ao homem desfrutar deste estado, porém Nele, a morte não é uma opção, mas uma necessidade.
Se Gamaliel (Atos 5) pudesse ter uma visão do que Jesus causaria na história da humanidade, ele teria certeza de que sua afirmação em Atos 5 tinha profunda sabedoria. Afinal, até hoje, quantos não são aqueles que professam o nome do Senhor Jesus e buscam seguir Seu caminho de obediência ao Pai? Quantos não são os que descansam Nele e aguardam pela ressurreição? Este fariseu (Gamaliel) fez uma análise correta e julgou sabiamente, muito embora, naquele momento, não recebera o Senhor como seu salvador.
Contexto de Jesus
A “essência”, o grande “fundamento”, a saber, Jesus de Nazaré, não pode ser comparado a um revolucionário com arma na mão que declara “independência” e luta – fisicamente – para tomar o poder. Mas em termos de um revolucionário no sentido de confrontar ideias, estruturas de pensamento e de “bater de frente” com a elite dominante, sem dúvida Jesus foi o maio líder revolucionário. Ele enfrentou a elite da liderança religiosa judaica de sua época, um sinédrio com poder político elevadíssimo. Ele enfrentou as correntes religiosas de sua época de maneira contundente. Ele enfrentou a tentação – pecado – e não foi subjugado por ela. Ele enfrentou uma sociedade de oportunistas da fé, pessoas que se aproveitavam da religião para obter lucro. Ele enfrentou o grande império romano, chegando a ser questionado por Pilatos, Ele enfrentou todo o preconceito da época, conversando, por exemplo, com a mulher samaritana. Ele quebrou o jugo da religiosidade, destruiu a hipocrisia, venceu o mal com bondade, amou, amou e amou.
Vida e Morte
A verdade é que a causa de Jesus tem relação direta com vida e morte. A verdade é que Jesus veio para trazer vida. Se Ele veio trazer vida, a verdade é que estávamos todos mortos. A verdade é que o motivo pelo qual Jesus encarnou em forma de homem tem relação direta com todas as vidas do planeta terra, com todo o cosmos, com absolutamente tudo, a se ver pela declaração de que “até as pedras clamariam” se os discípulos se calassem. Por este motivo, quando falamos de Cristo falamos daquilo que é essencial e fundamental para toda a raça humana. E quando um ser humano compreende esta realidade do Cristo e recebe Dele a vida, faz parte desta compreensão perceber que é necessário morrer para receber a vida que Jesus proporciona. Como poderia aquele que é o fundamento, que é a essência, que é a verdade, penetrar na vida de alguém que estava morto sem ter um impacto radical, sem chegar no limite do ser humano: a morte? Por este motivo Cristo declara que “aquele que perder sua vida, achá-la-á”. Perto de quem Ele é nossa vida sem Ele não tem sentido e nem propósito de ser. Por tudo isso, Ele é o único que pode declarar “independência” em nosso favor.
Vejas as declarações do Mestre sobre a necessidade de perder a vida:
Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará – Mateus 10:39
Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará – Mateus 16:25
Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará – Marcos 8:35
Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará – Lucas 9:24
Quem tentar conservar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida a preservará – Lucas 17:33
Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna – João 12:25
André Aneas
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1/9 – Introdução [“Independência” é Morte]
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