“Contextualizando” a Igreja

Quando olhamos para o mundo pós-moderno e o relacionamos à igreja do Senhor não é difícil se chegar a questões de debates como: “como anunciar as verdades do evangelho para esta cultura pós-moderna?”, “o que deve e o que não deve ser alterado no anúncio de que o Reino chegou?”, ou até “é preciso mudar alguma coisa?”. Quem participa da obra com certeza pensou nisso ou pensará. Este assunto tem sido potencializado com a “igreja emergente”, que de uma forma contemporânea (cafés, cervejas, bate-papos, calça jeans e U2) busca obter seguidores em uma “jornada espiritual”.

Ao refletir sobre este assunto cheguei a algumas conclusões e gostaria de compartilhá-las.

1o fato: Em toda e qualquer mensagem pregada, obviamente, deve ter uma contextualização, fruto da necessidade do público ouvinte, que mesmo estando em um país, podem ter realidades muito diferentes. Se não existir esta contextualização, as pessoas terão dificuldades para assimilar e praticar as verdades do Reino no seu dia-a-dia. Creio que aqui não existe nenhum “tabu” a ser quebrado, pois é algo que deve acontecer de maneira natural. Vemos exemplos disso em muitos lugares, desde algum irmão que cantava rap e se converteu, voltando a sua tribo para anunciar o evangelho de maneira característica, a exemplos bíblicos como o do apóstolo Paulo e os diversos profetas do Velho Testamento, sempre muito “antenados” com o que estava acontecendo em seus contextos.

2o fato: Seja onde for e para quem for a igreja do Senhor é do Senhor e de ninguém mais. Isto significa que existem coisas que não mudam. Quando os crentes no Senhor se reúnem o ambiente DEVE ser completamente favorável, aberto e livre para que o Espírito Santo exerça aquilo que Ele deseja. Com total base bíblica é evidente que neste ajuntamento os dons do Espírito devem estar presente. Todos, sem exceção. Além disso, neste ajuntamento de filhos de Deus DEVE existir liberdade para se adorar a Deus. A exemplo do rei Davi, os filhos do Senhor devem adorá-lo da maneira como Ele quer ser adorado: com alegria (muita alegria) como é mostrado nos Salmos. Música e brados de alegria muito são bem vindos.

Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo Salmo 47:1

3o fato:  Pecado é pecado em qualquer geração e em qualquer cultura, devendo ser confrontado. Do contrário, como a graça de Deus será entendida? Do contrário, como os filhos do Senhor obedecerão ao seu Pai? Do contrário, como agiremos em acordo com a Palavra de Deus?

Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta Hebreus 12:1

Na igreja em que Deus se manifesta através do seu Espírito, em que Ele é atuante e dá diretrizes aos que são seus, em que é evidente o sobrenatural do Senhor, em que o doente é curado, o preso liberto, a igreja edificada através dos dons, em que os perdidos são transformados em nova criatura e que Ele, somente Ele, é adorado… Aqui está a igreja do Senhor. Pode ser emergentes ou não, tradicional ou não, o nome que se quiser dar, desde que seja espelho da realidade da igreja bíblica.

Na igreja do Senhor Jesus há espaço para contextualização das mensagem aos dias de hoje, tornando-as “relevantes”, se assim podemos dizer. Afinal, como a igreja do Senhor irá guerrear contra o pecado, o mundo e o diabo sem saber como esta geração vive? Entretanto, o problema não tem sido com a contextualização das mensagens em uma sociedade pós-moderna, mas sim a falta de “contextualização” da igreja moderna com a igreja bíblica, movida no poder do Espírito Santo. Aqui precisamos crescer e muito.

André Aneas

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