Muito da falta de ousadia, muito do que nos leva a não sermos nada parecidos com Elias em nossos “montes Carmelos”, nos lugares em que temos que nos posicionar e, mais ainda, influenciar pessoas a se posicionarem, é a falta de fé. Hebreus nos diz que sem fé é impossível agradar a Deus, pois aquele que se dirige a Deus precisa crer que Ele existe (11:6)!
Nossa própria descrença pode gerar em nós vergonha de nos posicionarmos, vergonha de dizermos que somos de Deus e vergonha principalmente de agir como pessoas compradas pelo sangue de Jesus. Falta de fé que nos leva a não termos certeza, ou então, agirmos como pessoas que não creem que o Espírito Santo habita em nós. Talvez, ao perceber que nada do que fazemos é movido pelo Espírito Santo, podemos chegar a conclusão de que fé está em falta em nossa vida. O que pode ter sobrado não passam de convicções teóricas ensinadas, mas não praticadas e vivenciadas. Esta é uma situação, mas existe outra pior.
A igreja dá desculpas para o mundo, pois não somos mais vistos como a igreja do Senhor. Tentamos anunciar Cristo de maneira fria, explicativa e por obrigação. Sem paixão, certeza do que acreditamos e o poder de Deus passa longe dos nossos argumentos lógicos. Aos poucos a igreja tem percebido sua hipocrisia, pois não consegue sustentar duas vidas diferentes. Pessoas que na igreja são de um jeito, mas lá fora são de outro. Estão inclusos nas desculpas comportamentos, falas e gestos impróprios de alguém que se diz nascido de novo. Afinal de contas, muitas vezes se tenta mostrar para os infiéis que não somos tão certinhos assim, como alguém que dá satisfação a alguém por “estar devendo”. Nas desculpas dizemos: “não podemos ser legalistas”, “não podemos julgar”, “não podemos trazer nenhum julgo pesado sobre ninguém”.
Ai que está o problema, se distorce a Bíblia para justificar a tentativa de justificar nossa falta de verdade sobre a fé que dizemos ter. E no meio de toda esta situação o mundo nos observa, pois “estamos cercados por grande nuvem de testemunhas”. E o mundo se pergunta: “por que na igreja você é de um jeito e lá fora de outro?” ou ainda “por que você é do mesmo jeito que eu?”, “somos tão parecidos…”.
Acredito que a igreja é para os de fora, pois temos de ser diferentes dos de fora! A igreja é para os de fora, pois ela é o sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-16). E ser sal é fazer diferença, conservar valores e princípios desprezados. Ser luz é ser referencial para quem está perdido. Agora, se nos moldamos aos padrões do mundo para ganhá-los para Cristo, além de estarmos usando nossa própria força, estamos engando e nos falta coerência. E como o mundo observa nossa coerência!
Precisamos entender que não é pela nossa força, mas pelo poder de Deus, pela Palavra, o Verbo Vivo! Na prática temos de viver vidas transformadas por Ele de fato e através de nós (com a graça e o Espírito Santo) Deus fará o inesperado, fará coisas imprevisíveis! Do contrário, não passaremos de pessoas que não convencem ninguém e que nos enganamos tão bem ao ponto de acreditarmos que ser cristão é viver de uma forma previsível.
André Anéas
[acompanhe esta série de posts sobre Cristãos Imprevisíveis]
1/9 – Introdução: nós e o propósito da Igreja [Cristãos Imprevisíveis]
2/9 – Contexto e história de Elias no monte Carmelo [Cristãos Imprevisíveis]
3/9 – Elias: profeta imprevisível [Cristãos Imprevisíveis]
4/9 – Teoria versus Prática [Cristãos Imprevisíveis]
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